segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mais de mim


Não sou tão prolixa assim
só porque de vez em quando vejo o mundo cinza
e tenho mais crises existenciais de que você
não significa que ultrapassei a linha da lucidez
nada controlável

Tenho desejos simples
e meus sonhos nada mais são do que o trivial
sendo que isso é uma questão de opinião
meio infundada de uma vida corriqueira
mas, com muita graça para várias temporadas

Sou meio tragicômica
estressada, intempestiva
tenho sede de presenças
fome de amor
e intensidade em cada pensamento

Faço tempestades sem nuvens
brigo com as pessoas que mais amo
mantenho distâncias desnecessárias
e de vez em quando abuso até os amigos
mas, são só momentos
é só me deixar quieta
que me resolvo em mim mesma

Sou capaz de me emocionar com um sorriso
sei voltar atrás quando tudo parece errado
aprendi até a pedir desculpas
e não guardo mágoas no coração
acho que sou do bem
mas, luto com os meus capetas

Tenho muito a dizer
mas, ainda não encontrei palavras suficientes
que consigam expressar tudo que eu sinto
é um misto de desespero e felicidade
de várias personalidades
que se confundem e formam meu “eu”

Sou guerreira
filha de Iemanjá
e protegida por vários Anjos
que não me perdem de vista
mesmo quando acho que todos cochilaram

Vivo de superação
gosto de reviver passados
mas, ao contrário do que pensam
almejo sempre um futuro
realizável, calmo e feliz

Acho que sou tanta coisa
e não sou nada
talvez apenas um coração batendo no mundo
querendo admirar um pôr do sol
fazer versos pra lua
voar, cantar, suspirar, rir, chorar
e ter a liberdade de passear pela minha própria loucura...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Reencontro


As minhas mãos frias

Coração disparado

E um olhar meio de lado... disfarçado....

Querem dizer algo?



Nem tudo precisa de explicação

Ou que faça sentido

As melhores coisas acontecem de repente

Sem anunciar nada



E na calmaria dos dias

Surge algo que esquenta o coração

Alegra a alma



Sempre estivemos guardados

Nas melhores saudades e desejos de realidade

E às vezes sem querer me pegava pensando em você

E uma música me lembrava o passado



Agora nós dois

As águas calmas de um rio

Que testemunhara o início de tudo

E o mesmo amor

Que talvez retorne na hora exata



Acho que passei a vida inteira esperando por você

Só não sabia....

Não custa sonhar!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Círculos


Eu ando com um aperto no peito, uma cara amarrada, uma ansiedade sem propósito que não passa. Vejo tudo meio cinza, meio sem graça. Vivo de passado, não consigo desatar alguns nós, muito menos fechar ciclos. Ando de lá para cá, de cá para lá, e não avanço nada. Sempre falta alguma coisa, sempre quero mais, e tudo demora tanto para acontecer. Queria que fosse fácil, abrir a janela, olhar para o sol e acreditar em uma nova manhã, mas continuo gostando das noites, e a solidão ainda é a mais fiel das companheiras. Sinto saudades, de tudo, de todos, de momentos, de sonhos. Sinto a falta dos que já se foram, muito mais do que cabe em mim, mas até com isso já me acostumei um pouco. E me acostumo com tudo, me acomodo demais, muito além do que poderia. Vivo inerte, e a vida vai passando pela minha frente. Falta coragem, falta energia, falta tomar as rédeas da minha vida. E me pergunto: até quando? O que precisará ainda acontecer para que eu corra atrás dos dias? Perguntas sem respostas que se acumulam na minha agonia. Tanta nostalgia, tanto tédio, poucas perspectivas, quase nenhuma iniciativa. Tudo perde a graça tão rápido e não consigo concluir nada, nem os meus confusos sentimentos. Isso não tem mais graça. Já passei da idade de ser complicada e perfeitinha, não tem mais charme. Não aguento mais viver por amor, isso já trouxe muita dor. Já perdi um pouco as esperanças, de encontrar minha alma metade. E talvez por isso tudo tenha perdido um pouco o sentido...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sinto sua falta


Sinto sua falta

E daí então

aparece nos meus sonhos

Lindo e orgulhoso

Como só você



Queria não pensar

Não sentir

Não provocar

Mas, é tão involuntário

Perceptível apenas aos meus sentidos



A saudade me acompanha para onde eu vá

Sinto um aperto no peito

E uma vontade de te ver

De sentir teu cheiro

Provar teu sorriso



De certo eu queria você

Não era nada pra ser assim

De você sem mim



Não entendo muita coisa

Não tenho certeza de quase nada

Apenas de que eu sonho com você

Sinto sua falta

E no final, era contigo que eu queria estar

É seu corpo que quero abraçar



Nem sei por que é assim

Eu nem queria pensar em você

Já que definiu que seu lugar não é aqui

Junto a mim

Mesmo desse jeito

Eu ainda gosto tanto da sua cara amarrada



Você nem olha mais para cá

Nem passa mais na minha vida

E eu sinto tanto a sua falta

Me deixe em paz

Pare de ser real nos meus sonhos

Saia da minha saudade

Desocupe meu coração

Já que não vai mais acalmar minha alma...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Concentração?


Minha concentração não anda muito boa esses dias. Se estou sofrendo ou cantando, feliz ou descrente ela parece não fazer as pazes com a minha mente. Isso é um martírio, pois quanto mais constato, mais ela foge. Procura lugares escondidos, confusos, duvidosos e inseguros. Nada é simplificado pra mim, tudo foge ao meu controle, e chego a sufocar de tanta angústia. Às vezes parece que vou explodir e a vontade que tenho é de sair correndo e gritando coisas sem sentido e sem razão, só pra ver se acalma meu coração. Já faz tempo que não quero mais ser assim, achando que tudo tem fim, menos a minha cadenciada linha de pensamentos tortos e vãos. Os anos de (auto) terapia ajudam-me a ver as falhas do meu alter ego, mas não sei se isso é bom ou ruim, pois apenas identifico e inerte continuo. Que agonia! Sentimentos me confundem, passados não me largam, forças me amarram, o amor ou a falta dele não me deixam andar para nenhum lugar fora de um círculo imaginário por mim criado. Há tanto que eu queira deixar! Há tanto que eu queira conquistar! A começar por uma mudança de perspectiva em torno da (minha) vida. Apesar de tudo que possa parecer, estou estranhamente feliz. Estou aprendendo a conviver com a minha própria solidão. Só não largue a minha mão.... Preciso voltar ao trabalho!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Feliz


Estou feliz
E pronto!
É só isso....
Não sei escrever sobre felicidade.

Bicho mais besta...


Mulher é o bicho mais besta que já vi na vida
Apaixona-se com um beijo
Iludi-se com palavras ao pé do ouvido
Dorme e acorda pensando no cara
Que promete ligar no dia seguinte
- que na maioria das vezes não liga
E espera... espera...
O coração dispara cada vez que o celular começa a vibrar
Ou tocar uma daquelas musiquinhas melodramáticas de amor
Ou simplesmente um: chegou mensagem pra você!
- que geralmente é mensagem da amiga desejando bom dia ou boa noite!
(Mas, pense pelo lado positivo: você tem amigos)
E ela continua pensando no cara....
Sentindo quase um amor platônico...
Platônico não porque teve beijo, alguns amassos e um frio na espinha
(esse é o grande perigo: se tiver calafrios já era... é caixão e vela preta! Rsss)
E ainda uma conversa do tipo:
Adorei ficar com você (sem hipocrisia)
A frase que nos deixa loucas – ao ponto de ter um enfarte:
- eu entro em contato!
Ai como isso dói...
E haja expectativa e caixas de chocolate pra passar a ansiedade
E as horas passam, os dias passam...
E a mulher está lá escolhendo músicas para esse momento (que ela considera único e especial) - aí entram singles como: sei que não foi coincidência encontrar-me contigo! Talvez tudo isso seja o destino....
Pensando no próximo encontro, no início do namoro, na primeira vez que dirão eu te amo, no casamento, e até com quem os filhos se parecerão...
Nessa altura do campeonato o cara ainda nem ligou...
No máximo mandou uma mensagem ou scrap (já que isso está na moda)
Provavelmente nem tenha pensado em você
E a mulher se descabelando, tentando entender os “sinais” e achando desculpas (talvez ele seja tímido)...
Rezando para que se ela não faça parte da regra (onde o cara liga no dia seguinte)
Seja ao menos a exceção...
(Chora! Me liga! Implora meu beijo de novo!)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Meu lugar



O que eu preciso é de um pouco de silêncio
de viver minha própria solidão
de me acompanhar

Na verdade eu necessitava
respirar pelos meus próprios pulmões

Eu precisava aprender a dizer não
a ser racional
de vez em quando casual
e muito mais segura

De repente tudo acontece
provando que nada é ao acaso
e que os meus fracassos existiam muito mais em mim
do que de fato

Os erros não foram tão meus
quanto me culpara
eu fui muito mais sensata
do que de costume

Hoje me perdoou
por tudo que me magoava
e por tudo que mesmo sem querer
provocara

Tudo faz parte
até meu mundo cinza
tem sua graça

O que importa agora
é a liberdade
de todos os estigmas
por mim cravados

A felicidade está nas flores
na esperança
no sorriso da criança
que nunca deixei escapar

Hoje quero sossego
porque tudo ficou simples
quero aproveitar esse momento de embriaguez
de tanta lucidez

Só quero ficar aqui na minha própria companhia
com essa leveza na alma
esse suspiro deselegante
e com esse coração quase compassado

Me deixe aqui
me deixe onde estou
não poderia ter escolhido melhor lugar...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Borboleta


A borboleta que pousou em mim
Não era do meu jardim
Veio enganada
Tonta, atordoada
Sem saber por onde voava

Outrora
Em meu braço pousara
Só para descansar
Da busca pelo seu jasmim

Pobre de mim
Que acreditei que ela voltara
Para algum lugar dentro de mim
Vá embora
Não há flores guardadas

Bateu asas
Ainda a vejo atrás de mim
Mas,
Não acredito em nada
Se não haviam rosas plantadas

Vai borboleta
Antes que eu me veja triste assim
Você até que brilhou
Com suas cores camufladas
Vou cuidar do meu jardim

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Lotado


Queria que existissem palavras suficientes
Para acalmar minh'alma
Para sufocar qualquer resquício de pensamento
Mau acompanhado
Porque aqui já não cabe mais nada

Todos os espaços estão ocupados
Por sentimentos inequívocos
Redundantes, contundentes
Tantos quanto flores, espinhos e arranhões

De nada me serve decifrar
Se não posso mudar
Essa atração por luas, fracassos
Tempestades, frangalhos
Cacos, retalhos

Releio, escrevo e vejo
Que tenho estado repetitiva
Mimada, egoísta e usurpada
De qualquer outra tentativa assoberbada
De ver-me diferente
É só compilar a repetição dos versos
Que tentam ser desconexos
Sem nenhum sucesso
E ainda por cima
Mau rimados

Não faço sentido
Já decidi mudar tantas vezes
Que meu espelho não suporta mais
Uma imagem mal passada
Volúvel, abatida e absorvida
Por tudo que consome o ego
De uma mulher de quase trinta

Nada disso tem mais graça
Cansei dessa faceta
Que não transgride nada
Só beira ao abismo
De uma confissão de adolescente
Tão frequente quanto uma acne facial

Quero ter ao menos outros problemas para pensar
Algo menos sentimental para me ocupar
De forma que minha vida pare de andar em círculos
Viciosos e onerosos
Quero viajar, pouca conta para pagar
Amigos para conversar
E palavras para desabafar

Faça parar


Não consigo me concentrar
Pensamentos tolos insistem
Em me acompanhar
Não agüento mais
Faça parar

Vou morrer no próximo segundo
Se essa angústia não se acalmar
Passa, passa, passarinho
Porque as borboletas não vão mais voltar

Minha imensidão é mar
Revolto
Quebrando nos corais
E corações

Queria ficar quietinha
Escutando notas musicais
Mas, o soluço abafado
Lembra mais o rito de um cais
Abandonado

O riso não durou mais
Que alguns momentos
Inconstantes
De uma jura eterna
De romance

Volto a naufragar
Em oceanos profundos
Mas dantes visitados
Sem nenhum resultado

Quero ser calmaria
E me lembrar dos dias
Que não precisei voltar
À deriva

Não é o fim
Já se foram vários segundos
Mas, ainda sinto
O cheiro da maresia
Faça parar

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Fracassos


Tenho colecionado fracassos
de uma desastrosa vida amorosa
que não sabe onde começa
muito menos acaba

Seria trágico
se não cômico
todo esse meu sonho
de tornar real um dia
essa tal alegria

Vejo tudo passar
como uma leve brisa
que logo se dissipa
ou furacão
que tira tudo do lugar
e eu sozinha a tentar consertar

Parei de tentar decifrar
porque as noites são mais longas
e não gosto muito dos dias

Guardo uma sucessão de erros
próprios e alheios
mas, que não são causas
de tantas consequências insensatas

É fácil cobrar
se não sabe se doar
testes apenas para mercadorias

Tentei tanto
que o meu pranto
se faz santo
de tanto respeitar

Tudo foi verdadeiro
até os pesadelos
de não mais encontrar
quem quis tanto amar

Só queria um julgamento justo
por todo esse meu mundo
que tentei compartilhar

O amor parece não me notar
não reconhece a minha face
levou para longe minha metade
sem pestanejar

Estou perdida
entregue a solidão
não sei se sossego
se sonho
ou tonto

sábado, 19 de setembro de 2009


Me sinto tão só quanto nunca
as lágrimas misturam-se com
a maquiagem borrada da última noite
e caem negras

Sinto um vazio tão imenso
que chega a sufocar
com expectativas de nada

Surge um velho mundo cinza
pra onde não quero mais voltar

Uma dor que dói por dentro
sem saber porque sofres
apenas lamenta

Olho ao redor e não vejo
nada pra mim
nem os sorrisos, nem olhares
tampouco declarações

Sinto uma falta de ar
ausência de sonhos
e a quase morte de uma esperança

Cogito a possibilidade
de o problema estar comigo
porque sempre vejo
o fim antes do meio

Queria ouvir ecos
do que estar errado
mas, só ouço minha própria voz
e ninguém responde

Tenho sede, tenho fome
ânsia de viver qualquer coisa
que tire-me desse estado
de nostalgia involuntária

Não cobro demais
as pessoas sim
se doam de menos
talvez pelo mesmo medo que tenho

Não quero mais conselhos
nem expressões piedosas
muito menos momentos isolados
do que deveras sobrou pra mim

Que o mundo perca a cor não posso permitir
já jurei isso em algum pôr-do-sol
sem testemunhas
e com algumas amarguras

Tenho medo desse estado
de angústia permanente
que parece nunca me largar

Achei o meu ópio
ele exala um cheiro que acalma
e alguma fumaça

Só isso
uma música e algumas palavras
para aplacar essa raiva
que sinto até de mim

Sinto-me tão só
com um monte de lembranças
que não valem-me de nada

Ocupo-me de um vazio
um desamor
e essa dor....

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mágoa


Ando meio desconfiada
de que esse mau humor insistente
e essa irritação desenfreada
são culpa de algumas mágoas

Suspeito que esse desgosto e amargor
sejam maus frutos de uma convivência distante
de quem unicamente deveria estar perto
mas, preferiu quebrar o elo

Nunca tenho quando mais preciso
não sou bem isso que reflito
e talvez nem sirva
como esse modelo quase imperfeito

Senti falta em cada data que deveria estar contigo
e que tive que ir atrás de um abrigo
para poder não congelar
e ver o outro dia chegar

A casa ficou vazia
o silencio passou a fazer companhia
mas, meus medos, frustrações e decepções
ainda não apareciam

Rezava, chorava, indagava
muito mais por ti
que eu achava que não entendia
e por isso perdoava

Só que nunca ganhei nada
e junto com os anos
foram-se boas partes de mim
que pensava não fazer falta

Agora cobram o preço
de tanta desesperança
e falta de propósito
dessa divisão forçada

Vejo que não mudou nada
sua companhia não me acalma
e por mais que eu tente
nunca será como antigamente

Achas que não preciso de ti
que sou forte o bastante
para continuar sendo perseverante
sem nenhuma palavra

Acontece que vejo
meia dúzia de conselhos
e alguns cabelos brancos
que não são por mim

Chegou achando que podias mudar tudo
sem se importar nenhum segundo
com o que eu já tinha recolocado no lugar
para você nem notar

Pelo visto nunca serei boa o bastante
ou digna de um elogio
é que na verdade nunca vais notar
o quanto lutei para aqui ficar

Estamos
cada um no seu canto
guardando sofrimentos
e acumulando mágoas

Já tentei falar
chorei até cansar
rezei até adormecer
e fui fria para não transparecer

Mas, parece que nunca vamos superar
a falha do destino
que levou nosso passarinho
que cuidava de todo o ninho

Se é assim que tem que ser
vou tentar não mais notar
que finges não se importar
com uma filha mal criada

Os ressentimentos
vou tentar sufocar
com o amor
que me restou para viver...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Amor ou desejo?


Eu penso em ti
o dia inteiro!
Isso é amor ou desejo?

Do amanheço ao anoiteço
és a única saudade que sinto!
Isso é amor ou desejo?

Não esqueço os teus beijos
e ainda sinto o calor do teu abraço!
Isso é amor ou desejo?

Ando rindo sozinha
e sonhando acordada...
Isso é amor ou desejo?

Meu coração bate forte
e o sangue corre quente!
Isso é amor ou desejo?

Seu cheiro é o que sinto
e entre todos os sentidos és o único que não domino...
Isso é amor ou desejo?

Sinto um frio seguido de calor
e uma calma quando ao teu lado estou...
Isso é amor ou desejo?

És meu terno motivo de felicidade
em dias amargos e cinzas...
Isso é amor ou desejo?

És a vibração que faz meu corpo estremecer
e a presença que quero ter!
Isso é amor ou desejo?

Tu me despertas todos os meus pecados
tentações, emoções e sentimentos!
Isso é amor ou desejo?

É no teu olhar que me vejo
e no teu coração que quero me guardar
Isso é amor ou desejo?

É contigo que quero sentir arrepios
e a tua mão que quero em meus cabelos
Isso é amor ou desejo?
*******************


Isso é um desejo de amor
e esse amor é o que desejo!
Pois o que seria do amor sem o desejo
e do desejo sem o amor?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cansada


Cansada
de ver tudo ao contrário
de viver de par em par
e não poder desabar

Cansada
da cara amassada
do mau humor constante
e de tudo durar um instante

Cansada
de ver a lua solitária
perceber o rio passar
e nada encostar

Cansada
de indagações insensatas
cobranças indevidas
e reconhecimento não visto

Cansada
de angústias constantes
ansiedade insistente
e dúvidas permanentes

Cansada
de ver defeitos repetidos
incompreensões reticentes
e dívidas não pertencentes

Cansada
de palavras repetidas
sentimentos redundantes
e soluções desastrantes

Cansada
de nunca mudar nada
da vida não facilitar
e dessa vontade de amar

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mais uma dose


Sofrimento
pra mim é passageiro
porém, a tristeza dura um pouco mais

Acho bonito as pessoas
que sofrerem por amor
desde que não haja tanta dor

Meu pesar é diferente
bem longe do de muita gente
não é muito consciente

Mas, estou mudando
não tenho mais a mesma energia de antes
que escondia tudo que eu sofria

Tenho pensamento loucos
dizem que sou insana
até leviana

Porque finjo não querer
quero por querer
e decido não saber

Dizem por aí
que não sou muito “normal”
e talvez não seja mesmo

E se quiser saber
gosto de ser vital
abstrata e neural

Sou intensa
à flor da pele
à beira do abismo

Minha força vem
do meu mais profundo inconsciente
nem um pouco eloquente

E assim vou vivendo
sabendo lidar melhor com meus problemas
tornando minhas crises existenciais menos constantes
porém não menos provocantes

Sou mais mulher
mais segura
e até mais serena
ainda um pouco inconsequente
irritada, ansiosa e impulsiva

Só preciso de mais uma dose
de coragem, sonhos e amor...

Sou feliz com a minha loucura
enquanto muitos são tristes
com tanta lucidez

Sou com sou
e é assim que gosto de ser!
Tenho uma dose de loucura
e outra de doçura...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

Dor


Sou toda dor
tristeza
e lágrimas

Meu amor me deixou
essa madrugada
mas, ele já vinha me deixando
há muito tempo

Em cada palavra por mim proferida
e mau entendida
a cada comportamento
julgado
e mau interpretado
em cada cigarro tragado

Pra você fui apenas
um monte de sentimentos
falsos e forçados

Mas, foi você
que fez de mim
gato e sapato

Esqueceu de perceber
o que era pra ser visto
e sentido

Você estava ocupado demais
olhando pra si mesmo
e pra o seu próprio umbigo

Agora veja você
o que fez comigo

Me apaixonei
me dediquei
sonhei
e até me atropelei

Numa ânsia angustiante
de tentar fazer você notar
que já não sou como era antes

Não tenho muito a explicar
tentei fazer isso de todas as maneiras
mas, você pareceu não notar

Nada disso tem sentido
pois, no alto da sua frieza e sensatez
eu não me encaixo em você

Diante disso o que se há pra dizer
apenas ouvir:
- eu não me apaixonei por você!

Você conseguiu
entrego os pontos
pelo mínimo de amor próprio que me resta

Vi o dia amanhecer
e todas as minhas esperanças irem embora
com a lua que iluminava meu coração

Ainda não acordei
porque ainda não dormi
talvez com medo de entender
que esse não foi apenas um pesadelo

E agora o que faço pra ter minha paz de volta?
Ver a noite virar dia
e o dia virar noite
pra tentar encontrar
nos milésimos de instantes
entre o cair do sol
e o surgir da lua
meu coração de volta

Não quero mais ninguém
não quero mais o amor
pois pra mim ele
só trouxe dor

Vou tentar preencher-me
com qualquer coisa
de minha própria solidão

Quem sabe um dia
eu volte a te procurar
pra dizer que eu te esqueci
ou que esse amor nunca saiu de mim

Sou toda dor
tristeza
e lágrimas....

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

EU


Onde foi que me perdi...

Onde estão os meus sonhos

Minhas fantasias

Onde eu fui parar...



Só tenho cacos

frangalhos

pedaços...



Acho que sou uma farsa

Uma hipocrisia

Que prega ser complexa e controversa

Só porque não sabe como virar dia



Vejo veias, marcas e rugas

Sinto-me velha

Muito mais de espírito

Do que supõe minha

Derrocada aparência



Não tenho mais aquela alegria

Descompromissada

Que fazia tudo valer a pena

Sem pensar nas conseqüências



Agora o peso da idade

Das responsabilidades

Caem sobre mim

De uma forma onerosa

Para minha armadilha



Torno-me amarga

Fria

Irritada

Angustiada

Mau-amada...



Cada lágrima

Carrega o peso

Do impreciso sofrimento

Que carrego no peito

Meio sem jeito



Elas são contadas

Doídas

Esperadas

Acompanhadas

De todas as dores

Mal sentidas



Não sei mais quem sou

Pois não sei onde quero chegar

Nem que sonhos ter

Tenho medo que me pergunte

O que eu vou ser quando crescer



Eu não me basto

E essa tentativa desenfreada

De preencher-me do outro

Para ocupar-me de algo

Faz-me perceber

Que eu preciso de algo além de mim

Para saciar-me



Procuro e não acho

Não ocupo

Encho-me de decepções

Perdas

E frustrações

Que coleciono

Por querer preencher-me

Com algo além de mim



Firo-me o ego

A auto-estima

Pouco de orgulho ferido

Vislumbrando um castigo

Por algo que nunca tive culpa



Pois que culpa tenho

De precisar do amor para viver

E não falo do amado

E sim do amor



Ele que me traz qualquer coisa de viver

De ser feliz

De respirar

De acordar

De anoitecer



De tanto ser só

Tenho medo da solidão

Que me traz certa fobia

De qualquer companhia



Já me tiraram tanto

Roubaram-me tantos sonhos

Que agora não durmo

Com medo de pesadelos

Em que mostrem

O espelho

De um futuro

Sem presente

Muito passado



Eu finjo

Que está tudo bem

que eu só me basto

mas isso é uma farsa

de uma atriz mirim

que nunca encenou nada



Não sou ninguém

E sou toda marcada

Por cada esperança minha tirada

Cada perda não chorada

E cada amor derrotado



Não sei onde me perdi

Nem onde me achei

Nem tenho essa

Auto-suficiência imposta

Que muitos vêem em mim



Sou mais frágil que o seu pensamento

Mais forte que o meu pensar

Maior que tudo isso



Sou uma confusão

Não quero guardar mais nada

Em meu coração

Quero é outro combustível pra viver

Cansei de preencher vazio com amor

Isso só traz dor



Vou expulsar todos os fantasmas

Não quero mais lembranças

Das presenças

Muito menos das ausências



Quero recomeçar

Mesmo sem ponto de partida

Ou referência

Pois culpei muito aos outros

Agora é hora de pensar em mim

Em tudo que deixei pra lá

Inclusive nos erros que tentei camuflar



Eu quis sufocar toda a minha vida

Todo o meu vazio

Todas as minhas perdas

Com sorrisos tristes

E friezas inventadas

Agora cobram a conta

Dessa farsa inacabada



Vou continuar com minha dor

Minhas marcas

Perdas

Mas não quero que esqueça

Que estou lutando mais do que pareça

Para ocupar-me de mim mesma

e não hei de deixar essa tristeza

ocupar-me mais do que algumas horas

com certeza



Eu calei

Pensei

Sufoquei

Chorei

Precisava dessas verdades

Para medir minha vida



Não se precipite

Nem eu tirei conclusões ainda

É que a xilocaína

Só faz efeito pra garganta

E não pra o coração...



Enquanto não acho a medida

Vou contando os passos

E os atos

Desse cenário imaginário

De uma vida real...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Você


Você me torce
retorce
Vem dizendo coisas sem sentido
e sem razão
parece um tufão
que vai tirando meus pés do chão
me virando ao avesso
tirando meu sossego

Você quer
quando finge não querer
Oscila entre pensamentos e desejos
me deixando entre os seus beijos
e a vontade
de uma louca liberdade
que te carrega para longe
quando devia estar entre os lençóis
roçando seus pés nos meus

E nesse vai e vem desgovernado
eu vou ficando sem lado
de um jogo de dados
em que nunca tiro seis

Você me seduz
irrita
facilita
e retarda
esse doce encontro
de duas almas

Já disse que não gosto de esperar
mas, você parece não notar
ou precisa não perceber
o que existe entre eu e você
Para de se enganar!

Vem pra cá
Seu lugar é aqui
onde eu reservei pra ti
com cores cintilantes
rodas gigantes
e aromas ofegantes

Antes que eu queira
não mais querer
e decida que esse é só um bem querer
é melhor você tratar
de deixar esse amor acontecer

terça-feira, 21 de julho de 2009

Morte


Todos os dias
penso na minha morte
prematura e jovem
e em tudo que deixaria
nos mundos individuais e particulares

Penso nisso
não de uma forma mórbida
mas, com nostalgia
de um desejo egocêntrico
e presunção de tornar-me insubstituível

E prospectivo tudo
quem choraria, sofreria
nas dores e saudades que causaria

Em como as pessoas tentariam
decifrar-me através de linhas que escrevo
dos momentos que vivi
dos rastros de incompreensão
solidão
decepção
depressão
perda
amores
conquistas
superações
e felicidades

Quando penso que os bons morrem jovens
penso em como eles permeiam o inconsciente mais profundo
de almas marcadas pelas dores do mundo
e dos corações mais solidários

A verdade é que as pessoas só se chocam
se paralisam
e lembram
do que é fora do normal
excêntrico, catastrófico
inesperado

Nessa perspectiva
bons morrerem jovens
é uma maneira
de guardar-se
de maneira profunda
no imaginário
de um coletivo de submundos

Mas, calma
isso são só pensamentos
não tenho tendências
físico-destrutivas
ou suicidas
no máximo pensamentos degradantes
de uma existência errante

Talvez tudo isso seja apenas o medo mais intrínseco
da solidão e do esquecimento
de terminar os dias
de cabelos brancos
sem companhia
legado
e descendentes

Pois assim preferiria
morrer jovem

Na dúvida
vou escrevendo mais protótipos de poemas
que talvez nunca sejam lidos pela maioria
a não ser no caso de morte

Tenho um desejo imenso de gritar
de ser ouvida, lida, estudada, analisada
e principalmente amada
isso quiçá pela história
sucessiva de rejeições e perdas
que são muito mais prolixas
do que eu possa deflagrar

Eu penso em minha morte
e na sua
quase todos os dias....

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nós


Eu quis tanto te achar
que acabei me perdendo
nas minhas próprias dúvidas
inseguranças e indecisões

Achava que tudo era normal
que podíamos ter uma relação casual
sem cobranças, laços ou títulos
e por tempos foi bom assim

Eu te queria
você me queria
e isso bastava

Mas, você me deixou solta
e eu não estava muito acostumada a ser livre

Sua inconstância
me deixou confusa
e eu quis ir
por medo de ficar

Desencontros de um encontro nada habitual

Me acostumei com sua presença ausente
com seus carinhos
seguidos de indiferença
e com sua vontade de não me deixar chegar muito perto

Muitas coisas foram ditas, vividas e sofridas
por tudo que passamos e ouvimos
nos mantemos numa posição defensiva
inclusive de nós mesmos

Achava que não nos encaixávamos
no perfil esperado de nossas expectativas
e que isso era recíproco

Mas, de repente percebi que não éramos tão diferentes assim
que nossos valores não eram tão desiguais
e que nossos hábitos poderiam ser moldados

Sem querer fui me envolvendo, me entregando
agora estou aqui sem saber como agir
pela primeira vez estou com medo
de não conseguir lidar com meus sentimentos

Fui mau acostumada
a ser conquistada
idolatrada e única

Agora vem você
mesmo sem querer
me fazendo ter calafrios
mãos suadas e um coração descompassado

Me deixando insegura
me envolvendo em um jogo que não sei dar as cartas
me fazendo pensar se isso tudo é só por pirraça
ou o início de uma grande virada

Não sei se muito tarde
mas percebi que você tem muito do que quero pra mim
e talvez eu esteja até preparada para os seus defeitos

Você pode não ser o príncipe encantado
mas parei de tentar beijar sapos
e de ler histórias infantis
só quero alguém de verdade
para me calar o resto de solidão e compartilhar sonhos

Não quero dizer nada mais do que essas palavras
não existe nada nas entrelinhas
é que eu precisava ser sensata
honesta com meus sentimentos
e com meus desejos

Agora eu quero você
e você parece não querer
apesar de dizer gostar
você não faz muito para preservar
isso que ainda não tem nem nome

Até admito que às vezes cobro demais
mas, não entenda errado
é que não me contento com meios termos
preciso de intensidade e falta de ar

Por enquanto só tenho a aguardar
essa sua confusão passar
entendo que até dei motivos para sua retraída
mas, estamos em uma nova fase

Só não demora muito a chegar
pois não estou acostumada a esperar
e talvez essa seja a grande diferença...

Calafrios


Assim como a noite
carrego minha própria escuridão
cheia de medos, sombras e solidão

Estou a deriva de mim mesma
de repente uma leve brisa
me faz gelar a espinha
ter calafrios
mãos suadas
e um descompasso nas batidas do coração

A ansiedade toma conta de mim
e eu me paraliso
em um olhar
um cheiro
numa presença ausente

Tudo é novo
como se fosse a primeira noite
de lua cheia
após tempos de neblina

Tudo que se escondia
agora surge resplandecente
com muitas incertezas
e momentos de euforia

Quero calar a noite
não quero mais ouvir cochichos
nem os grilos
apenas sentir a suave brisa
percorrendo meu corpo
e me deixando em harmonia

Cansei da noite
talvez queira ser dia
para aquecer minha alma
ofuscar a solidão
e matar a nostalgia

Noite apenas para os vinhos
para as brisas
os sussurros
as declarações insanas
causadas pelas mãos suadas
de um coração descompassado

domingo, 28 de junho de 2009

Quero um amor que ainda nem existe


Não quero mais passatempos
não quero mais lançar-me no vazio
de bocas e corações levianos
não quero mais relações fugazes e baratas
de apenas um instante de algumas horas ou dias

Não quero ser marionete ou coadjuvante
nem prêmio ou troféu
nem falta de opção ou comodidade
nem cair mais na brevidade dos desejos momentâneos

Quero ser mulher
quero ser amada
quero um amor de verdade
com todos os defeitos e qualidades
que se possa permitir

E não é esse amor dos romances e canções
o que eu quero é alguém real
que me faça rir
que me faça chorar
que me faça faltar ar

Quero alguém que possa ser meu
sem o egoísmo e possessão que possa parecer
quero apenas alguém que me faça bem
que me faça amar

Quero alguém pra dividir os dias
compartilhar momentos
planejar vida
realizar sonhos

Quero alguém que ainda não tive
pra experimentar um amor que ainda nem existe
mas, que nasce de um desejo profundo e prolixo
de amar de corpo e alma...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Aos meus amigos-irmãos


Sem vocês eu seria um pouco mais triste
um tanto mais solitária
mais amarga e sem graça

Sem vocês eu não teria rido de piadas mau contadas
não teria repassado fofocas desnaturas
nem teria saído feito louca de madrugada

Sem vocês eu nunca teria conseguido superar uma depressão
me recuperado de uma grande perda
ou parado de rir com um sossega leão

Sem vocês eu não teria me arriscado por outros caminhos
nem realizado muitos sonhos
e tão pouco superado grandes amores

Sem vocês eu não teria tomado banho de chuva
rolado pelo chão
nem andado de pé descalço

Sem vocês eu não teria corrido nenhum quarteirão
aprendido a cantar músicas sem noção ou de outra estação
nem inventado passos descompassados

Sem vocês eu não teria chorado de emoção
nem encontrado ouvidos para alugar com devaneios insanos
e eternas inquietações de vazio

Sem vocês eu não teria aprendido a pedir desculpas
nem a voltar atrás depois de uma grande burrada
ou a seguir depois de uma grande decepção

Sem vocês eu continuaria vendo o mundo cinza
nunca deixaria de ser menina
muito menos pararia de culpar o mundo pela minha insatisfação

Sem vocês eu filosofaria menos
sofreria mais
e ganharia pouco

Sem vocês eu viveria menos
eu riria menos
eu seria menos

Sem vocês eu nunca teria me tocado
de quanto a vida é bela e colorida
e de que eu tenho tantos irmãos
quanto vocês cabem no meu coração

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Partida


Durante muito tempo eu te guardei pra mim
porque a gente precisava um do outro
necessitávamos compartilhar parte das nossas vidas
existia uma dependência mútua
de interesses, olhares, bem-estar, cumplicidade e carinho

Por tudo que representamos um para o outro
por tudo que dividimos, somamos e multiplicamos
por um pedaço de vida que em algum momento foi compartilhado

Mas, não quero mais liberdades vigiadas
preciso romper com os laços
quero ser livre
quero andar pelas calçadas
quero gritar na noite palavras sem sentido
e cantar músicas que me lembrem outros corações

Chega de falsos sentimentos
e de “relações” fantasiosas
baseadas em uma amizade forjada
e sentimentos profundos

Estou partindo
agora de verdade
Chegou o momento
de você sair de mim
É hora do adeus

Que não seja para sempre
pois de alguma forma continuaremos nos melhores sentimentos
e nas maiores saudades

Mas, não! Não quero mais você tão perto
não precisamos mais disso
nossas vidas agora estão encaminhadas
e nossos corações quase preenchidos

Estamos libertos!
Vinhemos até onde era preciso
pegue sua estrada e siga seu caminho
eu também estou indo pra algum lugar de certo

E nesse momento não se fazem necessárias palavras bonitas
nem desejos de felicidades
pois sabemos o que levamos e o que deixamos
e com certeza guardaremos o melhor

Os olhos ainda enchem d'água nesse despedida
mas, é que há sempre dor na partida
e ditos não ditos

Os sentimentos não mudam quando as relações acabam
mas, sim quando o amor morre
ou quando muda de cor e de sabor

Na hora da partida te deixo um botão de rosa
uma canção
algumas lembranças
e essas palavras

terça-feira, 28 de abril de 2009

Ocupado


Tenho ocupado o silêncio
com os ruídos do meu pensamento
as noites com minhas insônias
os sonhos com meus desejos

Tenho ocupado a solidão com minha presença
o passado com minhas aspirações de presente
o futuro com minhas insólitas perspectivas
as horas com um outro tempo

Tenho ocupado as estrelas com minha tristeza
o sol com minha ausência
o rio com minha falta excessiva de lágrimas
e o mundo com meu eterno vazio

Não quero ocupar mais nada
então vou tentar preencher-me de qualquer coisa
de mim mesma...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sou


Sou o que grito e o que calo
O que escrevo e o que apago
O que assumo e o que nego
O que amo e o que odeio

Sou o que o eu quero
e também o que quero não querer
Sou anjo e demônio
Controversa e desconexa
Prolixa e destoante

Posso ser seu sonho e você meu pior pesadelo
Gosto de doces e amargos
Sinto felicidades tristes
e tristezas felizes

Sou fogo e sou brasa
Gosto de lua cheia e de estrelas
Falo pelos olhos
minto pela boca
e tenho o costume de camuflar sentimentos

Posso te amar ou te odiar
e isso pode alternar
por frações de segundos
com motivos ou sem ruídos

Carrego mágoas que finjo não recordar
convivo com medos que tenho receio até de penar
tenho pavor da solidão
e faço dela minha mais fiel companheira

Sou calmaria e turbilhão
meu coração um furacão
Carrego um vazio que já faz parte da minha alma
e acho que nem me acostumaria mais sem ele

Sou melancolia e nostalgia
Tenho um instinto pessimista
mas, geralmente consigo o que quero

Sou feliz quando menos espero
gosto do acaso
e acho que tudo já vem meio que predeterminado

Não vivo de passado
mas, confesso que adoro rever pensamentos
momentos
e até falsos sentimentos

Sou isto e não sou nada
Talvez eu queira apenas te pregar uma peça
para que você entenda meu lado errado
e aí então me descubra de fato

Se eu fosse tudo que desejo
não caberia em um dia
nem em uma vida
muito menos em mim mesma

Apenas por prazer?


Porque mentes pra mim?
Porque brincas com a minha emoção?
Para o seu bel prazer
de ver-me iludida e enganada?
Por uma simples vaidade
de ver-me demasiada frustrada
e cheia de traumas?

Porque finges ser a mais pura verdade
aquilo que nem existiu em um ato?
Porque maqueias com cores cintilantes
esse olhar destoante e distante?

Porque joga com as palavras
e envolve-me nessas trapaças desavergonhadas?
Porque não paras de confundir-me
com esses sentimentos pobres e falhos?

Será que tua alma é tão egoísta
que não permite uma partida
de quem você não ama de fato?

Porque se isto que me ofereces for amor
declaro que se sensato for
não o oferecerias a nenhum caso
quanto mais ao acaso

Porque és pequeno e mesquinho
achas que pode torturar-me
com inverdades
de baixo quilate?

Não! Parei!
Não entrego-te mais nada!
Nem mais um minuto do meu tempo ou da minha agonia...
Já devia ter aprendido isso um dia
mas, gosto de desafiar
a lógica das relações artificiais...

Não quero ferir-te a auto-estima
você até que satisfez-me o ego no momento certo
mas, cansei de arriscar
o que ainda resta-me da verdade maquiada dos corações errantes...

Verdadeiramente digo-te:
Mentiras sinceras não me interessam mais...
quero sentir borboletas na barriga!!!!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sempre quero mais


Sempre quero mais
ar para respirar
tempo para o tempo
lua para as noites

Sempre quero mais
presenças e ausências
achar-me para perder-me
“ópio” para o ócio

Sempre quero mais
flores e bilhetes
cheiros e gostos
suores e salivas

Sempre quero mais
sons
sussurros
gritos e
silêncios

Sempre quero mais
eufemismos e
cavalheirismos

Sempre quero mais
borboletas na barriga
calafrios
e mãos frias

Sempre quero mais
verdades inventadas
realidades surreais
e fugas desconexas

Sempre quero mais
batidas descompassadas
sentimentos desenfreados
e calmarias nos atos

Sempre quero mais
não querer envolver-te
no meu querer

Sempre quero mais
fazer-me companhia
para não precisar da lembrança dos dias
que quis mais não querer-te

terça-feira, 21 de abril de 2009

Fora do lugar


Às vezes tenho a sensação de que tudo está fora do lugar
e parece estar mesmo
Não sou mais a mesma
guardo mágoas em mim
a solidão virou a mais fiel das companheiras
e já não confio mais em ninguém

Minha alma anda perdida em uma imensidão
cheia de incompreensões, insatisfações
tristezas e rancores

Não sinto mais o perfume da rosa
as estrelas não iluminam mais o céu
a lua anda escondida entre as nuvens
e o sol anda se pondo antes da hora

Só ouço o barulho insistente dos grilos
os ecos do meu pensamento
e os ruídos da noite se confundem
com o som das minhas angústias

As feridas voltaram a sangrar
está tudo ficando cinza
e eu tenho medo
dessa tristeza reincidente

Tem dias que a dor fecha minha garganta
mas, hoje as lágrimas finalmente conseguiram rolar pela face
estava quase sufocando
perdendo o ar e os sentidos

O vazio anda maior ainda
meu olhar mais distante
sinto o compasso da respiração
mas, não mais o coração
parece que me arrancaram tudo
inclusive a minha própria verdade

Os dias continuam passando
pois o tempo é implacável
e vou retomando meu lugar por trás da janela
apenas observando e pouco vivendo

O que me resta
vai calando
deixando de lado todo esse desabafo
pra fingir que essa não sou eu

Como sempre tenho que juntar os cacos
trocar as flores do vaso
cumprir a rotina dos dias
sem me importar com a frieza dos meus restos de sonhos
com a dor da saudade
com o enfraquecimento do meu coração
e endurecimento da minha alma

Acho que sou eu que estou fora do lugar
me acostumei a sufocar sentimentos
fui muito fundo nesse momento
preciso de um banho quente
de cafeína
e de algumas horas da lua
para tentar voltar pra algum outro lugar
mais parecido com a frieza dos meus enganos

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Já faz algum tempo...


Já faz algum tempo que você partiu
mas, não posso dizer que a gente não se despediu
Naquele olhar, naquele beijo, naquele silêncio
estavam expressas as mais belas palavras sobre o verdadeiro amor

Tive tempo
de ver a tua luz
e de entender a sublimidade que envolve o grande mistério
dos encontros e despedidas

Já faz algum tempo que não sinto mais teu cheiro
que não ouço tua voz, que não vejo teu sorriso
que não sinto seu abraço, que não tenho mais o aconchego do teu colo
que não recebo mais teus conselhos

Mas, sinto você por perto
presente na força que me faz lutar
na energia que me fazer viver
e na felicidade que aprendi a buscar

Já faz algum tempo que que eu sinto essa saudade
que fujo um pouco da realidade
que fiquei um tanto mais endurecida
e com poucas lágrimas

É que eu aprendi com a dor e com a solidão
que preciso caminhar com meus próprios pés
É que depois da tua ausência
tudo parece pequeno

Já faz algum tempo que o pensamento, os sonhos e as intuições
são meu único caminho até você
que as memórias, as lembranças e os ensinamentos
são meus únicos acalentos

E cada vitória dedico a ti
na certeza de que estás comigo em todos os momentos
sorrindo ou chorando
pois sei que caminhas ao meu lado

Já faz algum tempo que não sei direito contar o tempo
pois tenho seu rosto no fundo dos meus olhos
como se há um minuto atrás
tivéssemos trocado um “Eu te amo” em silêncio

Meu Anjo Guardião
Minha Estrela Guia
Talvez eu ainda não tenha aprendido a rezar, então só sei dizer:
Mãezinha eu quero te ver lá no céu...

quinta-feira, 5 de março de 2009

Frieza


Essa mania de frieza
é só uma reles sutileza
da minha fraqueza

Essa mania de frieza
esconde grandes tristezas
e muitas lágrimas não derramadas

Essa mania de frieza
reinventa perdas
e recodifica dores

Essa mania de frieza
ignora a solidão
e manipula sentimentos

Essa mania de frieza
tem muita presteza
e várias faces

Essa mania de frieza
ameniza saudades
e sacia amores

quarta-feira, 4 de março de 2009

Agora começa


Acabou o carnaval! Passou a quarta de cinzas! Não tem mais choro nem reza! Agora a vida começa! Trabalho, chefe, cobranças, cartões de crédito, horários! Mas, tudo bem! Precisamos disso para manter uma ordem, se não vira orgia! Outros focos, outras metas, muitas novidades, grandes bençãos Divinas! Mas, volto logo aqui pra desalinhar o que não anda muito arrumado! Sem plagiar os modismos soltos por aí... Namastê!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Marcas


O sorriso, o olhar, o jeito de falar
a cara massada ao acordar
o bom dia meio sem graça
cheio de marra
o erro querendo acertar
o pedido de desculpas que faz calar

O jeito de arrumar o cabelo
as promessa impagáveis
as juras eternas
a lágrima não derramada
a palavra não dita

A trilha sonora
o suspiro, o cheiro, o gosto, o desgosto
o salto, o sobressalto, o enlaço, o desenlace
a lua que estava cheia, o sol que brilhava
o rio que banhava

As flores não dadas
os cartões guardados
os presentes e as ausências
o temperamento e o tempero

O ciúme, a posse, a liberdade
os lugares inexplorados
as fotografias, a falta de registros
as capturas oculares

Os sonhos, as ideologias
a tarde fria, a noite quente
o vinho sem jantar
o violão sem luar
o barco sem velar
a lua sem o mar

O abraço, o aconchego, o desprezo
o ar e a falta de ar
o ir e o ficar
a memória, as lembranças e a saudade

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Desejos


Queria poder ter tudo aquilo que desejo
mas, isso seria demasiadamente arriscado
já que desejo o que não posso ter
e o que não devo querer

Sou um turbilhão
e o que hoje quero
amanhã já não quero mais
então, como desejar ter
o que amanhã não vou amar

Desejaria só por um dia entender toda essa confusão
fazer uma visita ao meu coração
ser um turista nos meus sentimentos
ou um decodificador de sonhos

Essa loucura parece não ter fim
e a cada dia que passa
a ansiedade consome meu resto de sanidade
e a minha alma

Nem sei mais o que desejo
fico louca por seus beijos
mas, só por hoje
pois amanhã não te quero mais
ou quero não querer-te

Isso não é proposital
e de tão casual
acaba ficando banal

A culpa é do meu coração
que não decide então
o que desejar
nem pra onde olhar

E eu vou seguindo
desejando não ter desejos
querendo não alcançar teus beijos

O que eu desejo de verdade
é amar-te
alguém para amar-me
e desejar
calar-me o resto de solidão

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ainnnnnnnnnnnn


Tem dias em que tudo me irrita: a água fria, o tempo quente, a comida mal temperada, o cabelo sem brilho, as gorduras localizadas, os primeiros cabelos brancos, as celulites, e as iniciais marcas de expressão. As conversas e as vozes tornam-se insuportáveis. As desculpas não me interessam, os versos não me completam, a música não me agrada, os sentimentos não me comovem.

Percebo que preciso de óculos, menos ócio, e mais “ópio”. Evito pessoas, presenças e telefonemas.
Me entupo de chocolate e fico com desejo de sumir em meio ao nada.

Não consigo concluir etapas, fechar ciclos, daí vou me dividindo e perdendo-me onde acho. Sofro de mau-humor repentino, e em um minuto eu posso te odiar, nesse caso prefiro me afastar, pra não ter que me desculpar quando isso tudo passar.

Só dá vontade de chorar, comer e me isolar. Entro em crise de carência e existência. A nostalgia e o tédio viram companheiros e a minha presença insuportável. Até o amor fica sem graça, e eu não quero nem te ver no portão da sala para não abusar tua cara.

Acho melhor então ficar em casa, poupar a tua raiva e a minha serotonina baixa...

Tudo isso por causa... de uma TPM braba!!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Não sou



Ser poeta é deixar transparecer
tudo aquilo que a maioria das pessoas tenta esconder...
Não sou poeta
mas, extravaso sentimentos!

Em branco


O silêncio da noite me tranquiliza
traz calmaria
transforma fogo em brasa
lembranças em nostalgia

O sol foi embora
e levou com ele todas as agonias
que retribuíam
ao meu ócio dos últimos dias

Estou sem inspiração
nem a lua e uma bela canção
fazem-me ter idéias
e as páginas vão continuando em branco

Olho, escrevo, apago
retomo e reato
mas, tudo não passa de versos desconexos
e sem nenhum entusiasmo

Acho que estou em crise
e tenho medo que essa reincidência
cause sequelas aparentes
e transtornos para o meu inconsciente

Deixa então eu aproveitar a noite
para descansar meu coração
acalmar minh'alma
porque logo vai ser dia

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O amor é brega


Acabei de escutar que o amor é brega
que dizer eu te amo é cafona
daí eu me pergunto
no que se transformou o amor?

Isso me faz pensar que talvez ele nem exista mais
pois as relações hoje são diferentes
não se fazem mais amantes como antigamente
não existe mais intensidade em nada

Simplesmente as pessoas se relacionam por conveniência
por uma bela aparência, cifrões ou acordo de corpos
parece existir apenas uma reles convivência
e uma boa pegada

Pra maioria dos jovens isso basta
e todo o resto vira fumaça
perdida em meio a trapaças
e belas noitadas

Não me venha com novas teorias
o amor pra mim vai existir um dia
não me venha com tanta modernidade
pra que o amor acabe

Sou aberta e consciente
de que as coisas andam meio mudadas
mas, não abro mão do amor
ainda que pareça antiquada

Talvez apenas por pirraça
eu fique cafona pra mostrar-lhe o amor
ou talvez não
porque o amor parece não merecer-te...

Ah, se tivesse explicação


Ah, se a paixão tivesse explicação
eu não viveria assim
achando que as horas não tem fim
e que a saudade é sentimento insistente

Ah, minha vida, meu amores
que nem sei direito se fosses
guardo tantos pedações em mim
e me perdi em tantas partes

De repente tudo volta
tentando me sufocar
e aí só me resta pensar
que vontade dá e passa

Vontade de viver momentos
matar saudades
viver outras verdades
fazer outras escolhas

Vontade daquele abraço
daquele braço
daquele barco
daquele acaso


Ah, meus sonhos, minhas fantasias
que se fizessem dia
não me faltariam sóis
que em noites
não me faltariam luas

Ah, minhas dores
que de tão sufocadas fostes
pareciam não existir
pela pressa de ir

Ah, meus senhores
que se condensá-los fosse
morreria de amores
e viveria de ébrio

Ah, memórias
que não deixam esquecer-me de nada
nem dos mais distantes dias
que contigo dividia

Ah, pobre coração
que guarda tantos rubores, humores e amores
que não deixa passar nada
nem as paixões de pirraça

Ah, sentimento leviano
que mentes para o meu inconsciente
confunde o meu resto de lucidez
e mistura tudo em uma só alma

Ah, pobre martírio
mandar-te-ei para um exílio
para que não me deixes de castigo
pela confusão da minha emoção

Acorda pra ver!!!


Já é carnaval cidade! Acorda pra ver!
Inspirada pelos versos do compositor baiano Gerônimo, me ponho a divagar sobre o grande carnaval que bate a minha porta (quase que literalmente, pois moro a poucos metros do corredor da folia).

Carnaval de Juazeiro – o pré-carnaval da Bahia, é com esse slogan que se inicia hoje mais uma folia de momo no norte baiano. E eis que surge em minha mente as primeiras inquietações: essa ainda é uma festa popular??? qual a conotação que possui hoje?

Depois de apagado por alguns anos, o antigo Juá-Fest ressurge imponente, com o resgate de tradicionais blocos, trazendo atrações nunca antes vistas na avenida (para felicidades dos chicleteiros), os bons camarotes com all inclusive ou apenas open bar, e para apimentar mais uma polêmica não poderia faltar.

Notícia do portal SG News: “Por orientação da Polícia Militar e do Conselho Nacional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Juazeiro (CREA), ficou determinado a instalação de um portão na orla fluvial da cidade, circuito oficial do pré-carnaval, que irá separar bloco de pipoca”.

- Ué! O carnaval de Juazeiro foi privatizado???? Quase meus caros amigos! Mas, a resposta aqui não seria essa. O motivo do tal portão é para “seguridade” do folião. Ainda segundo informações do portal a medida será aplicada por questões de segurança e prevenção, devido a falta de estrutura e má conservação das placas existentes na orla, estas podem cair e provocar acidentes.

Com isso acho que o atual administrador do nosso município, que acaba de assumir, pega sua primeira batata quente – é o que posso chamar de presente de grego. Se ficou constatado que existe realmente um risco de acidentes, o melhor a se fazer é realmente prevenir, para não ter que remediar. Mas, vamos um pouquinho mais longe nisso...

Se foi detectado risco foi porque não houve manutenção ou preocupação com a infra-estrutura da cidade. Lembro-me que há algum tempo atrás esse mesmo trecho ficou interditado por longos meses (ou melhor anos), para colocação de mesas por restaurantes ou bares da orla, com a alegação de que aquele espaço ficaria reservado para o pedestre, turista, prática de lazer, caminhadas, etc. Enfim, muitos bares na época fecharam suas portas, e nada foi feito pelo lazer dos juazeirenses, nem a manutenção das tais placas agora em questão.

Então, na falta de outro paliativo imediato, sobe-se um portão e separa-se o folião de bloco do folião da pipoca! Mas, não são todos foliões? Porquê um fica de um lado da corda ou do lado de fora do portão? Com meus 26 anos ainda consigo lembrar do carnaval de rua em Juazeiro, com batucadas, escolas de samba, fantasias, e todo mundo junto se divertindo nas ruas apertadas da minha querida cidade do Vale. Que saudade...

O que infelizmente percebe-se é que há um enfraquecimento dessa festa popular. Cada vez menos ela é feita para todos. E os blocos, camarotes, e afins abrilhantam a festa para poucos. A grande maioria apenas assiste, olha e deseja estar naqueles metros quadrados (dize-se de muita gente bonita) cercados por uma corda e um monte de seguranças – que se preocupam muito mais em colocar para fora algum atrevido que não esteja com a veste adequada (o abadá), do que com o filhinho de papai que está cheirando lança ou procurando confusão bem ao seu lado.

Uma da festas mais animadas e representativas do mundo, que tem sua origem no entrudo português, num período anterior a quaresma e um significado ligado a liberdade. E acho que ainda o tem, no sentido literal da palavra, pois vi esses dias na página de relacionamentos (ahhh... orkut mesmo), de um amigo meu, o nick: - no carnaval ninguém é de ninguém. Nossa! Confesso que isso me deu um medo! Quer dizer que tudo muda no carnaval? Inclusive as relações?! Depois tudo volta ao normal? Ui! Não quero nem pensar....

Bom... dentro da corda ou fora da corda, passando pelo portão ou não, em cima ou em baixo da avenida, de abadá ou sem abadá, com pulseira ou sem pulseira, vamos para rua em paz, sem armas, e com muita paz no coração! Ah, não esqueçam de usar camisinha! O resto dessa história a gente debate depois, pois a energia do carnaval é tão contagiante que até as polêmicas viram piadas...

“Eu fui atrás de um caminhão, fazer meu carnaval, que o carnaval é feito no coração...”

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Conflito


Sentimentos conflitantes
se debatem entre si
uma hora são cereja
noutra são caqui

Vão pela direita
depois querem voltar
tomam o caminho errado
e ficam a querer se camuflar

São voláteis e efêmeros
fugazes e baratos
não duram mais que um breve instante
não duram mais que a eternidade
não duram mais que o seu pensar

Podem ser profundos e complexos
honestos e irracionais
prolixos ou casuais
obtusos ou diagonais

Conflitantes
com uma mão dupla
pra ir e voltar
ou apenas só ficar
numa hora são retas
noutra linhas curvas

Hoje não estou a fim...


Hoje não estou a fim de nada! Vá ler um bom livro, ouça uma boa música, saia com amigos, namore, cante, pule, dance, vá ao teatro, ao cinema. Converse com seus pais, seu avós, irmãos. Faça algo que deseja há muito tempo. Ligue pra um amigo distante, diga a alguém o quanto você o ama, faça alguém sorri, dê colo a quem precisa, desabafe se for preciso, perdoe se for o caso, fique sozinho se necessário. Mas, faça alguma coisa!

Não deixe o tédio, o ócio, ou a nostalgia tomar conta de você... Não deixe a saudade ser maior que a sua vontade. Não deixe que te roubem seus pensamentos. Não deixe a insegurança te paralisar. Não deixe pensamentos tolos te perseguirem. Não deixe o amor te sufocar. Não deixe a carência te atropelar. Não deixe o ciúme te abobalhar. Não deixe a vida passar...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Melhor não escutar


Você escuta pensamentos?
Às vezes tenho medo dos meus
Porque alternadamente são mórbidos, sarcásticos e derrapantes

Penso que vou desfalecer, desaparecer
e as linhas a que me proponho
são tentativas desenfreadas
de guardar-me para posteridade

Porventura mato quem amo
reencarno pesadelos
com ou sem objetivos
outrora por mera prospecção

Penso em chegadas e partidas
momentâneas ou definitivas
em portos e derivas
e conto de trás para frente

Vejo-me sem pessoas e lugares
sem vida e sem amores
penso sentimentos maus
olhares lânguidos
e desejos perniciosos

Penso na dor e no sofrimento
no mundo como um confinamento
de almas perdidas e errantes
que tentam desesperadamente algum caminho
mais curto do que o de costume

Vou deixando tudo de maneira cadenciada
para que na hora da minha passagem
tenham relatos de mais profunda alma
com sentimentos exalantes
e uma vontade vibrante
de não esconder nada

E celebro, pois são apenas pensamentos
que por poucos momentos
transitam meu cerebelo
pois perigoso seria
se eles escapassem
e se fizessem verdades
no meio do dia
ou na sobra pitoresca da noite...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Saudade pra quem sabe?


Saudade existe pra quem sabe ter?
E quem sabe ter saudade?
É preciso saber pra ter saudade?

É preciso sentir, viver, amar, se entregar
pra ter saudade...
É preciso uma voz, um cheiro, o som de uma risada
uma melodia que embala, um desejo, um gosto, um lugar
pra ter saudade...

É preciso ser feliz
pra ter saudade...
É preciso cantar, dançar, flutuar
pra ter saudade...
É preciso prazer, um bem querer, e um dizer
pra ter saudade...

É preciso tocar, extravasar, pulsar, suar
pra ter saudade...
É preciso simplesmente calar, apreciar, contemplar
pra ter saudade...
É preciso um segundo, um momento, uma vida inteira
pra ter saudade...

E depois de fazer tudo que for preciso
Você aprende a ter saudade?
E compreende que ela pode ser maior que o mundo?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Bicho Arredio


Sou isso, isto e aquilo
basta provocar
ou deixar passar
não gosto muito de regras
por isso não vou me lamentar
em ter que deixar você esperar

Falho com meus compromissos
sou bicho meio arredio
não me dou com cabrestos
e é bom parar de me testar
pois sei que poderia me organizar

Poderia, mas não queria
estava experimentando o mundo
vivendo paixões
matando saudades
vendo dias amanhecerem
para esperar anoitecerem

Antes que pergunte
sim! Gosto de escrever sobre felicidade
mas, estava ocupada demais
não podia parar
estava inebriada com meus próprios sentimentos

Talvez um dia eu conte
tudo que me enalteceu
ou talvez não
pra que você viva sua própria magia
Mas, baixinho vou sussurrando
foi o que de melhor me aconteceu

Estou renovada
mas, confesso que não pronta pra realidade
ainda ando sonhando acordada
e por isso pode ser que eu divague
mas, que graça teria se assim não o fosse

Vamos voltando
aos poucos vamos retomando
a cadência dos dias e das palavras
Só não crie muitas expectativas
sou péssima em atendê-las
prefiro deixar assim como está
fazendo surpresas ao seu pensar

Tanta felicidade deixou saudade
e por onde passo sinto presenças e sorrisos
ouço música e a sua voz
fecho os olhos e ainda posso tocar
em tudo que me fez amar

Assim são os momentos
vão voando e virando passado
passado de um futuro que eu quero ter
e de um presente que me faz viver
intensamente cada dia

Continuo arredia
e agora sigo pra onde minha felicidade está
então não tente me prender
aprendi a ser livre
inclusive de mim mesma
então (se quiser) apenas tente me acompanhar...