sábado, 19 de setembro de 2009


Me sinto tão só quanto nunca
as lágrimas misturam-se com
a maquiagem borrada da última noite
e caem negras

Sinto um vazio tão imenso
que chega a sufocar
com expectativas de nada

Surge um velho mundo cinza
pra onde não quero mais voltar

Uma dor que dói por dentro
sem saber porque sofres
apenas lamenta

Olho ao redor e não vejo
nada pra mim
nem os sorrisos, nem olhares
tampouco declarações

Sinto uma falta de ar
ausência de sonhos
e a quase morte de uma esperança

Cogito a possibilidade
de o problema estar comigo
porque sempre vejo
o fim antes do meio

Queria ouvir ecos
do que estar errado
mas, só ouço minha própria voz
e ninguém responde

Tenho sede, tenho fome
ânsia de viver qualquer coisa
que tire-me desse estado
de nostalgia involuntária

Não cobro demais
as pessoas sim
se doam de menos
talvez pelo mesmo medo que tenho

Não quero mais conselhos
nem expressões piedosas
muito menos momentos isolados
do que deveras sobrou pra mim

Que o mundo perca a cor não posso permitir
já jurei isso em algum pôr-do-sol
sem testemunhas
e com algumas amarguras

Tenho medo desse estado
de angústia permanente
que parece nunca me largar

Achei o meu ópio
ele exala um cheiro que acalma
e alguma fumaça

Só isso
uma música e algumas palavras
para aplacar essa raiva
que sinto até de mim

Sinto-me tão só
com um monte de lembranças
que não valem-me de nada

Ocupo-me de um vazio
um desamor
e essa dor....

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