quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Ah, se tivesse explicação
Ah, se a paixão tivesse explicação
eu não viveria assim
achando que as horas não tem fim
e que a saudade é sentimento insistente
Ah, minha vida, meu amores
que nem sei direito se fosses
guardo tantos pedações em mim
e me perdi em tantas partes
De repente tudo volta
tentando me sufocar
e aí só me resta pensar
que vontade dá e passa
Vontade de viver momentos
matar saudades
viver outras verdades
fazer outras escolhas
Vontade daquele abraço
daquele braço
daquele barco
daquele acaso
Ah, meus sonhos, minhas fantasias
que se fizessem dia
não me faltariam sóis
que em noites
não me faltariam luas
Ah, minhas dores
que de tão sufocadas fostes
pareciam não existir
pela pressa de ir
Ah, meus senhores
que se condensá-los fosse
morreria de amores
e viveria de ébrio
Ah, memórias
que não deixam esquecer-me de nada
nem dos mais distantes dias
que contigo dividia
Ah, pobre coração
que guarda tantos rubores, humores e amores
que não deixa passar nada
nem as paixões de pirraça
Ah, sentimento leviano
que mentes para o meu inconsciente
confunde o meu resto de lucidez
e mistura tudo em uma só alma
Ah, pobre martírio
mandar-te-ei para um exílio
para que não me deixes de castigo
pela confusão da minha emoção
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