segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Faça parar


Não consigo me concentrar
Pensamentos tolos insistem
Em me acompanhar
Não agüento mais
Faça parar

Vou morrer no próximo segundo
Se essa angústia não se acalmar
Passa, passa, passarinho
Porque as borboletas não vão mais voltar

Minha imensidão é mar
Revolto
Quebrando nos corais
E corações

Queria ficar quietinha
Escutando notas musicais
Mas, o soluço abafado
Lembra mais o rito de um cais
Abandonado

O riso não durou mais
Que alguns momentos
Inconstantes
De uma jura eterna
De romance

Volto a naufragar
Em oceanos profundos
Mas dantes visitados
Sem nenhum resultado

Quero ser calmaria
E me lembrar dos dias
Que não precisei voltar
À deriva

Não é o fim
Já se foram vários segundos
Mas, ainda sinto
O cheiro da maresia
Faça parar

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