terça-feira, 21 de abril de 2009
Fora do lugar
Às vezes tenho a sensação de que tudo está fora do lugar
e parece estar mesmo
Não sou mais a mesma
guardo mágoas em mim
a solidão virou a mais fiel das companheiras
e já não confio mais em ninguém
Minha alma anda perdida em uma imensidão
cheia de incompreensões, insatisfações
tristezas e rancores
Não sinto mais o perfume da rosa
as estrelas não iluminam mais o céu
a lua anda escondida entre as nuvens
e o sol anda se pondo antes da hora
Só ouço o barulho insistente dos grilos
os ecos do meu pensamento
e os ruídos da noite se confundem
com o som das minhas angústias
As feridas voltaram a sangrar
está tudo ficando cinza
e eu tenho medo
dessa tristeza reincidente
Tem dias que a dor fecha minha garganta
mas, hoje as lágrimas finalmente conseguiram rolar pela face
estava quase sufocando
perdendo o ar e os sentidos
O vazio anda maior ainda
meu olhar mais distante
sinto o compasso da respiração
mas, não mais o coração
parece que me arrancaram tudo
inclusive a minha própria verdade
Os dias continuam passando
pois o tempo é implacável
e vou retomando meu lugar por trás da janela
apenas observando e pouco vivendo
O que me resta
vai calando
deixando de lado todo esse desabafo
pra fingir que essa não sou eu
Como sempre tenho que juntar os cacos
trocar as flores do vaso
cumprir a rotina dos dias
sem me importar com a frieza dos meus restos de sonhos
com a dor da saudade
com o enfraquecimento do meu coração
e endurecimento da minha alma
Acho que sou eu que estou fora do lugar
me acostumei a sufocar sentimentos
fui muito fundo nesse momento
preciso de um banho quente
de cafeína
e de algumas horas da lua
para tentar voltar pra algum outro lugar
mais parecido com a frieza dos meus enganos
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Uma descrição sentimental muito melancólica.
ResponderExcluirBonita, na medida que este sentimento pode expressar.
O final indicando o rompimento do estado de divagação para a volta da rotina, apesar de ser uma quebra, mostra apenas a continuidade da sensação, e foi muito bem colocado.
Anna, parabéns pelo seu blog, adoro poemas, já tentei escrever akguns mas tenho as mãos brutas demais rsrsrs amo a filosofia e meu blog tem ela como tema principal, gostaria que vc o visitasse:
ResponderExcluirhttp://tempo-horario.blogspot.com/
E vc ja tem um seguidor viu? Abraços!
esse sentimento é inerente ao ser humano, agora você não se pode tomar, por esse sentimento, se sentir "outra" pessoa, seja sempre você, e viva...viva..
ResponderExcluirOi Anna,
ResponderExcluirque lindo o teu poema, triste, porém muito bonito.
Estou voltando ao mundo blogueiro agora, estou com um novo blog. E resolvi procurar novos blogs, encontrei você na comunidade do orkut.
Espero que também goste do meu blog, ainda não tem muito texto, mas sempre que possível vou atualizando o meu novo espaço.
Bjô, Luciana.
Nossa Anna, como vce escreve bem e consegue expressar lindamente as palavras. parabens, continue assim. Me identifiquei muito com o poema e com o seu blog em geral.
ResponderExcluir" Às vezes tenho a sensação de que tudo está fora do lugar
e parece estar mesmo
Não sou mais a mesma..."
mto bom !!!
Senti toda a melancolia, um grito abafado querendo sair das entranhas, a solidão...há, sim, um sentimento à primeira vista negativo, mas há também esperança. É muito bem escrito.
ResponderExcluirEnfim, poesia é a arte de passar os sentimentos para o papel ( ou, neste caso, para a tela do computador). Conseguiu de forma admirável.
abs!
http://grooeland.blogspot.com
momentos... sentimentos... tudo expresso em linhas transversais e nem tão eloquentes quanto gostaria.... mas, é isso.... muito de sinceridade e de mim....
ResponderExcluirluz a todos!!!!!!