segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ah, se eu pudesse


Ah, seu eu pudesse
Tiraria toda dor do seu coração
Dissiparia todos os seus traumas
E os transformaria em aprendizado

Ah, se eu pudesse
Converteria tanta necessidade de solidão
Em busca pela companhia mais doce
E pela paz que nunca sonhou

Ah, se eu pudesse
Mostrava-lhe que é possível reconstruir caminhos
Que levam a outros lugares
Cheios de ternura e aconchego

Ah, se eu pudesse
Entraria no seu coração
Arrancava-lhe tudo que te traz rancor
E acrescentaria esperança

Ah, se eu pudesse
Te mostraria a vida de outra forma
Na qual errar faz parte do caminho
E o recomeço vem após a dor de cada da partida

Ah, se eu pudesse
Te provaria que é possível amar novamente
Mesmo que de uma forma diferente
E com mais calma e maestria

Ah, se eu pudesse
Entraria nos teus sonhos
Tornaria o paraíso real
E regaria os seus dias com felicidade

Ah, se eu pudesse
Tornaria seu fardo menos pesado
Para você ter a leveza de um pássaro
E a crença de um menino que ainda não perdeu nada

Ah, se eu pudesse
Mudaria tudo com o meu amor
E não deixaria mais um minuto
Você saber o que é dor ou solidão

Ah, se eu pudesse te encontraria agora
Pra dizer que amanhã tudo se renova
E que o passado deve ser usado apenas
Como conselheiro para que não repita os mesmos atos

Ah, se eu pudesse
Pintaria um universo colorido
Só pra ver seu sorriso
E tranqüilidade na sua alma

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Escuro


A noite está estranha
Mais escura do que o habitual
Minha rua não tem luz
As pessoas saem às portas
Em busca de algo
Que nem elas sabem onde deixaram
Talvez apenas para encontrar alguém
Com quem possam conversar

Não vejo a lua
Ela se esconde longe
Muito longe
E eu precisava tanto dela
Para desabafar minha alma
Para contar as vidas que se passam
Nesse lugar que há tanto vivo

Tenho medo desse silêncio
Não ouço nada
Apenas o som do meu instinto
Que teima em dizer
Apague a luz e descanse
Que a natureza trará um novo amanhecer

É que necessito de presenças
Não gosto de tanta escuridão
Meu pensamento já perambula desalinhado
E se não houver luz como há de ser então?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Coisas de sempre



Parece que tá tudo de cabeça pra baixo
Minha vida não possui linearidade
Tudo vai e volta
E volta e vai

Quando não é isso
É aquilo
Acho que não consigo
Dar lógica a tantos fatos
Desconexos e intrínsecos

Será que tudo tem que ser assim mesmo?
De repente nem me reconheço
Com tantos nós apertados
E uma velha mania
De sofrer no meio

Não quero mais isso
Cansei de pedir sempre o mesmo
E de enfadar tantas linhas
Com palavras repetidas

Pensei que eu tinha mudado
Mas, a leveza ainda não me sobrepôs
Nada de calmaria ou tranqüilidade
Não tenho mais unhas
E meu estômago não para de reclamar
De sofrer todas as angústias do mundo
Das muitas que só ocorrem no meu fértil pensar

Não queria ter essas intuições
Que geralmente acertam
Tudo que eu não queria tornar real
Nas minhas histórias dissimuladas

Eu não me agüento mais
Sinto falta dos meus amigos
Daquela paisagem que mostrava vidas passar
E de um tanto de malandragem que fazia tudo superar

Desejo que tudo seja diferente
Que tenha um final mais contente
E que eu possa pensar
Que valeu a pena tanto esperar