quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Círculos


Eu ando com um aperto no peito, uma cara amarrada, uma ansiedade sem propósito que não passa. Vejo tudo meio cinza, meio sem graça. Vivo de passado, não consigo desatar alguns nós, muito menos fechar ciclos. Ando de lá para cá, de cá para lá, e não avanço nada. Sempre falta alguma coisa, sempre quero mais, e tudo demora tanto para acontecer. Queria que fosse fácil, abrir a janela, olhar para o sol e acreditar em uma nova manhã, mas continuo gostando das noites, e a solidão ainda é a mais fiel das companheiras. Sinto saudades, de tudo, de todos, de momentos, de sonhos. Sinto a falta dos que já se foram, muito mais do que cabe em mim, mas até com isso já me acostumei um pouco. E me acostumo com tudo, me acomodo demais, muito além do que poderia. Vivo inerte, e a vida vai passando pela minha frente. Falta coragem, falta energia, falta tomar as rédeas da minha vida. E me pergunto: até quando? O que precisará ainda acontecer para que eu corra atrás dos dias? Perguntas sem respostas que se acumulam na minha agonia. Tanta nostalgia, tanto tédio, poucas perspectivas, quase nenhuma iniciativa. Tudo perde a graça tão rápido e não consigo concluir nada, nem os meus confusos sentimentos. Isso não tem mais graça. Já passei da idade de ser complicada e perfeitinha, não tem mais charme. Não aguento mais viver por amor, isso já trouxe muita dor. Já perdi um pouco as esperanças, de encontrar minha alma metade. E talvez por isso tudo tenha perdido um pouco o sentido...

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