quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Jingle Bell! Jingle Bell!


Está chegando o natal e as tradicionais festas de final de ano, e essas datas sempre me trazem alguns questionamentos e inquietações. Vamos partir do princípio de que o natal seja uma data comemorativa da igreja Católica, que celebra o nascimento de Cristo e de que a passagem do ano seja um momento de reflexão e análise de tudo que aconteceu e de tudo que aspiramos para 365 dias que se seguem.

Quantas pessoas realmente lembram disso? Falo sinceramente... Você que por ventura esteja lendo esse texto já parou para pensar no real significado de tudo isso? Já parou na noite de natal, orou, agradeceu a Deus por estar em família (partindo do pressuposto de que você se reúna com sua família), e as dádivas Divinas, inclusive da própria vida? Ou simplesmente trocou presentes e ainda reclamou do que ganhou, pois foi inferior ao que deu?

Já parou na virada de ano e fez uma reflexão desse momento mágico? Ou simplesmente pulou três ondinhas (ou são sete?), comeu algumas uvas e fez qualquer outro tipo de simpatia só porque viu alguém fazendo e para não correr o risco de ter um ano de pouca sorte comprou até peça nova amarela (para trazer dinheiro – já que a situação está tão difícil e você tem medo que isso atinja também sua vida)?

Hoje o que vemos são datas quase que puramente comerciais. O governo e demais empresas privadas injetam dinheiro na economia (com o 13º salário), abusam das propagandas e agora até das promoções, para que as pessoas aumentem seu poder de compra, e consumam, consumam muito nesse cenário altamente capitalista. Esse é o período do ano em que o comércio mais bate recordes de vendas.

E o bom velhinho (digo Papai Noel), foi criado por quem? Será que simplesmente para incitar a compra de presentes? Porque realmente você não vai deixar seu filho, sobrinho ou alguém que você goste muito com o sapatinho esperando na janela...

Não quero destruir os sonhos de nenhuma criança, muito menos parecer radical, ao tecer esse tipo de comentário. Tudo tem dois lados. E se é bom para o comércio, é bom para economia, é bom para nós pobres mortais, pois afinal centenas de empregos temporários são gerados (esperança de muitos – que esperam o ano inteiro por essa oportunidade e que fazem das tripas, coração, trabalhando até às 23h da véspera de Natal – isso sem falar dos que trabalham nos dias 25 e 31 para proporcionar grandes festas e eventos – com o objetivo de tentar segurar o emprego após a euforia consumista, ou simplesmente para levar o pão de cada dia para casa).

Claro que é bacana a troca de presentes, a roupa nova no réveillon (para dar sorte), mas que não seja só isso. O grande problema é que tem gente que gasta o que tem, e o que não tem para muitas vezes apenas “impressionar”, e já entra o novo ano com mais dívidas, e provavelmente passe o restante dos meses tentando quitá-las ou amortizá-las.

Os apelos da mídia , de algumas campanhas publicitárias, para tentar sensibilizar as pessoas à caridade e à partilha, são até válidos de certo modo, mas com certeza as crianças que vivem em orfanatos e na rua não precisam de boa alimentação, roupas e brinquedos apenas no final do ano.

O perdão, a caridade, o respeito ao ser humano devem ser praticados diariamente, em todos os momentos. Portanto, não espere chegar as festas para ser solidário, para pensar no próximo, para perdoar, para dizer que ama, para se confraternizar com sua família ou amigos. Mas, se não foi possível durante os 12 meses – por qualquer motivo que seja, então aproveite sim o Jingle Bell.

Faça com que esses momentos sejam realmente especiais. Reúna pessoas que você ame, se puder viaje para passar o natal com seus familiares, se não puder reúna bons amigos. Abrace seus pais, seus irmãos, seus avós, diga o quanto eles são importantes, e o quanto é bom tê-los presentes em sua vida. Faça uma ligação para aquele amigo distante. Agradeça a Deus, faça uma oração – mas, uma oração de verdade, com todo seu coração. Entre em sintonia com o universo, com a natureza. Faça das falhas e dos erros, motivos para torná-lo uma pessoa melhor. Faça planos, trace metas, objetivos, pense onde quer chegar daqui a um ano. Seja feliz hoje pelo que tem, principalmente pela saúde. Não perca tempo. A vida passa rápido, e muitas vezes as pessoas que amamos são tiradas da gente muito depressa, e sem aviso prévio.

Ah, e troque de presentes sim, desde que isso não te deixe endividado. Se não puder dar um presente, dê um abraço, muitas vezes isso vale muito mais... Só não deixe de estar perto das pessoas que ama... Mais do que comemore, celebre!


Jingle Bell! Jingle Bell! Ho Ho Ho!
Feliz Natal a todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Embarque nessa viagem você também!