domingo, 14 de dezembro de 2008

Uma crítica às novas relações


Existem várias teorias e vários “teóricos” falando sobre a mudança das relações humanas, inclusive sobre a alternância dos conceitos “amorosos”. É um tema explorado por muitos, com ou sem substância, mas que povoa todas a mentes, inclusive de “filósofos” de mesa de bar como eu.

Entre chops, drinks, rodas de amigos, conversas banais, observações mundanas, e puro empirismo, fui montando minhas próprias concepções e citações.

Em menos de uma década podemos observar pontos relevantes de um novo comportamento sexual e “amoroso” de toda uma sociedade. – Repare que utilizo sempre o amor ou seus derivados aspado porque nem os conceitos de amor são mais os mesmos. O amor que inspirou grandes poetas, tornou-se banal, quando não supérfluo.

Relembrando a fase adolescente do meu distinto grupo de amigas, lembro-me como hoje (Nossa! Já se passaram bons anos!) de que nunca pregamos ser santas, às vezes até nos chamávamos de “piriguetes”, encarávamos muitos reggaes (como chamamos festas, baladas por aqui), regados a algumas cervejas e muito beijo na boca – principalmente nos bons carnavais da vida.

Mas, só isso! Tudo muito saudável (se é que pode-se dizer assim). Sempre fomos garotas decidas, determinadas e autênticas. Recordo-me bem das primeiras revelações a respeito de sexo. O máximo que os garotos desciam a mão era até a cintura, pegar na bunda já era desrespeitoso – apenas permitido para namorados. E nisso nós tínhamos 16, 17, 18 anos!

O que vemos hoje são garotas de 12, 13, 14 anos “ralando a tcheca no asfalto”, insinuando um ato sexual ao ritmo do bom pagode baiano, arrocha, e ritmos afins. E não fica só nisso, olhou, sorriu, elas pegam geral. De ficantes, os garotos passaram a “merendinha”, no sentido mais chulo que o termo possa oferecer. Uma noite de sexo muitas vezes é “paga” com algumas cervejas, uma volta no carro novo da “merenda” com um som estrondando os tímpanos, e músicas que provocam a libido.

Fidelidade, lealdade e respeito são palavras banidas do dicionário da maioria dos jovens. E a traição hoje virou ato corriqueiro, admitido e assumido por “putões” e “gostosonas”. É... não são só mais os homens que traem por prazer, as mulheres também, e quando o fazem são bem piores que a espécie masculina (e esse não é um comentário machista – apenas uma retratação da realidade).

A verdade é que os relacionamentos tornaram-se tão instáveis e fugazes, que muitos aceitam essa condição porque entendem que não vão encontrar nada melhor mesmo. Porquê muda-se o parceiro, mas não o “problema”. Como quase mais ninguém assume compromisso, os poucos que conseguem a façanha de manter uma relação em meio a micaretas, e calendários de festas (de pura pegação) o ano inteiro, se acham tão vitoriosos que pagam o preço (da traição).

Casamento ficou demodê, arcaico, e até um ato leviano, se pensado do ponto de vista que as pessoas já casam com o seguinte pré-conceito: se não der certo separa!. A instituição da família está falida. O “barato” agora é juntar as escovas de dente, e produção independente. Os filhos crescem sem referências, sem educação de berço (é... ainda acredito nesses valores), e o mínimo de respeito pelos pais (ou geradores). O “futuro da nação” serão os próximos “pegadores” (e tenho até medo de pensar com que idade começará a vida sexual e “amorosa” desses meninos e meninas).

Esses não são conceitos hipócritas, radicais ou repressores. Concordo que mulheres de verdade podem e devem viver sua liberdade sexual, ter suas aventuras, satisfazer suas fantasias e prazeres. Ter noites de sexo, sem amor, pelo puro prazer. Isso tudo acontece, e pode ser muito bom. O ponto chave aqui é respeito. Porque muitas mulheres lutaram tanto pela liberdade sexual que acabaram tornado-se objetos a disposição do reles prazer masculino.

A crítica é à banalidade das relações, inclusive das casuais. Porque muitas mulheres vão pra cama com “homens” que após o ápice do prazer sexual, não querem mais nem olhar para suas caras ou saber seus nomes. As mulheres abriram tanto as pernas, literalmente, que os homens não se preocupam mais nem em conversar dez minutos se quer com elas. E tudo acaba em meia hora (ou enquanto durar o gás do garotão)...

E o pior é constatar que tudo isso acontece com o consentimento das mulheres, porque se eles agem assim é porque elas permitem. Porque quando um não quer, dois não f... (já dizia o ditado)... Diante de tudo pergunto-me: onde tudo isso vai parar? - e a resposta vem a cavalo... (na cama de um motel! - na maioria dos casos).

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