quinta-feira, 13 de junho de 2013
Sempre dúvidas
Ultimamente tem sido difícil
As palavras gritam, mas quase nunca explodem
Se perdem, divagam e não se formam
Agora tudo se passa aqui dentro
Não consigo mais me explicar
Achar um veredito que satisfaça
Nem mesmo que me aquiete a mente
Sinto-me fraca, confusa
Tentando me acostumar, me acomodar
Só percebo um movimento inconsciente de anulação
Do que realmente sou e desejo
Só enxergo dúvidas
Inquietações da alma
Que não sabe se pede muito ou se satisfaz com pouco
Sempre quis chegar onde estou
E acho que vivi minha vida inteira esperando esse momento
Mas, não sei mais se esse é o meu lugar
Não tenho certeza se esse é o fim que eu quero
Confesso que sonhei com palavras, carinhos, gestos, surpresas e flores no jardim
Desejei sentimentos intensos, gargalhadas, velas, vinhos, amor, paixão
E até pedidos de perdão
Mas, parece que o que consegui foi apenas algo raso, machucado, traumatizado e sem disposição
Não tenho culpa do passado
Não trago quase nada comigo
Então porque tenho que simplesmente ajudar a carregar tanta bagagem?
Às vezes dá vontade de dizer chega
De partir sem deixar aviso
De recomeçar em outra estação, outro porto, outra vida
Me sinto cansada de tanto esforço e pouco resultado
Fadigada de tanto desejar que a vida dê uma aliviada
Sempre tive que lutar tanto
Nada me veio de graça
E apesar de dizerem que isso tem mais valor
Eu só queria que pudessem existir bônus-extras
O que me deixa intrigada
É que obviamente existe um outro lado
Que parece perfeito
Mas, não o suficiente aos olhos do meu desejo
São as dúvidas que me matam
A falta de uma certeza que me prende
A sensação de que eu só enxergo um palmo me atormenta
A suspeita de que amanhã ao menor gesto de Morfeu tudo isso se repreende
Me enlouquece e me deixa perdida de amor
São contradições que me sufocam e me matam em meus próprios desejos
Ao final, mesmo com todo o parto de palavras eu continuo em partes
Achando tudo questionável
Duvidoso e até delituoso, visto que eu sou quase a única culpada
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